2020, projeto fotográfico realizado durante o quarentena

Difícil pensar em algo que não tenha sido alterado por conta da pandemia. As rotinas de lazer, trabalho e também da fotografia de rua mudaram. As mudanças ficaram visíveis nas quadras fechadas, fachadas vazias e novas formas de se fazer comércio, sejam adaptações como também novas formas surgidas de novas demandas. Em meio a tudo isto, num cenário de ausências, a fotografia de rua também se alterou. Neste contexto, o “isto é” jornalístico torna-se, marcadamente, ainda mais o “isto foi” de Roland Barthes em A Câmara Clara na sua definição sobre o tempo fotográfico, eternamente um registro o que já foi a partir do momento em que uma fotografia é feita. Nesta sequência fotográfica, notei que, mesmo na ausência das pessoas, as marcas textuais estão lá nos espaços públicos em diversas formas, sejam em mensagens diretamente relacionadas ao problema sanitário como também como marcas de um mundo que ficou em suspensão, num meio caminho entre o que já foi e o que é.

Publicado na Revista Carcará Photo Art, 25ª edição.

Publicado no portal Fhox: https://fhox.com.br/portfolio/sequencia-fotografica-expressa-a-rotina-na-grande-salvador-durante-pandemia-atraves-de-marcas-textuais/